terça-feira, 31 de maio de 2016

ALIEN (1979) - Ou Ripley e os Trapalhões no espaço

Da esquerda para Direita: Ripley, Didi, Mussun e Dedé

Estava revendo "Alien" de 1979 nesse último domingo e acabei fugindo um pouco do foco da história, que é muito legal, e batendo de frente com muitos detalhes que refletem o zeitgeist do momento em que o filme foi realizado e que , hoje em dia, é impossível não achar engraçado.

       
Jones, o oitavo passageiro
Para começar pelo nome do filme, que no Brasil tem o péssimo subtítulo "O oitavo passageiro", se referindo ao alienígena. Quem colocou esse subtítulo não assistiu ao filme antes, porque o alienígena não é o oitavo passageiro e sim o nono! O oitavo passageiro é um gato (jones) que habita a nave, porque se um alienígena que invadiu a nave é considerado passageiro, porque não o gato? Então, ou o filme é sobre o gato (que é o oitavo passageiro), ou deveria se chamar "Alien, o nono passageiro" ou "Alien, o clandestino" !! E falando sobre o coitado do Gato, quando o filme começa vemos a tripulação sendo despertada da animação suspensa e sete cápsulas se abrindo, mas não vemos uma pequena capsula em parte alguma, o que nos faz pensar que o gato não estava dormindo e sendo assim, do que esse bendito gato se alimentava? Ratos espaciais?! Ou será que é um robô? Nunca saberemos!E no final o gato é injustiçado, porque fica vivinho, mas a Ripley se diz a única sobrevivente da Nave comercial Nostromo, sacanagem com o bichano!

Outro ponto que chamou minha atenção é a total falta de profissionalismo e foco da tripulação da Nostromo, sendo os mecânicos Bret e Parker os maiores exemplos disso. Os mecânicos são as pessoas menos profissionais e mais desleixadas, gananciosas, enrolões e chatos do universo; não respeitam ninguém nem nada, seja hierarquia, seja o tempo ou perigo, nada é motivo para tirar o sorriso maroto de seus rostos e a oportunidade de buscar ganhar o dobro do combinado em contrato, tanto que por esse descuido que um deles é a primeira vítima do Alien (ou segunda), fico pensando quais as qualificações desses caras para eles irem ao espaço? No currículo dos tripulantes da ARES-3 do livro "perdido em Marte", um era médico, especialista em AEV's e logística, outro engenheiro mecânico e botânico, e outro doutor em química e pós doutor em física; Os mecânicos da Nostromo tem o que no currículo? Curso de mecânico de desmanche dos anos oitenta?!

Café o que move os astronautas
 
   
Mas os mecânicos não são os únicos não profissionais do filme, a tripulação toda parece ser de amadores. Isso se mostra na displicência onde todo mundo passa o tempo todo fumando e tomando café, seja na mesa de controle da ponte da nave, seja na sala do computador central e na sala das máquinas; parece que sempre que há uma decisão a ser tomada uma caneca de café surge na mão do personagem e quando há um momento de relaxamento ou tensão, surge um cigarro (Até quando um alien sai do peito do imediato da nave), isso quando não aparece uma lata de cerveja descaçando sobre uma bancada ou computador.



   E o oficial médico então? Ash, que é o responsável pela ala científica da expedição parece nunca ter ouvido falar em contaminação e EPI's; depois de retornarem da verificação de um planeta com um suposto sinal de vida, tendo o imediato Caine sido atacado por um organismo alienígena que se fixou em seu rosto, mais tarde quando descobre que o organismo se soltou do rosto do colega, chama Ripley e Dallas (o capitão), para capturar o bicho sem uma roupa de proteção ou arma e depois analisa os restos da perereca que fica preza na cara de Caine bem de pertinho, sem nenhuma máscara ou óculos de proteção mesmo sabendo que o bicho soltava ácido capaz de derreter o casco da nave, tenho certeza que ele fez faculdade de medicina e ciências à distância, ou é um robô mal programado (acho que a 2° alternativa).


venha para a luz Dallas
    Mas o mais legal é a tecnologia "retrô-futurista" do filme. Isso ficou datado porque em 1979 ninguém tinha a ideia de tecnologia digital ou da evolução dos computadores, e embora não tornem o filme menor, não diminui a graça que é ver os tripulantes rodeados de luzinhas e apitos a cada botão que apertam. O próprio computador central é praticamente uma árvore de natal cheia de pisca-piscas e com um monitor de 10 polegadas por onde o sistema analisa e administra a viagem, já o módulo de resgate não comporta quatro tripulantes, mas a tripulação é de sete...ou seja, a empresa conta que, em caso de acidente, pelo menos metade do grupo morra no espaço (top 10 das melhores empresa para se trabalhar). O pior é quando a tripulação vai caçar o Alien! Os caras tem a brilhante ideia de assustar o bicho com fogo...Isso mesmo, FOGO em uma nave no espaço! Poxa, se alguém viu "Gravidade", sabe que fogo e espaço não combina, o que me faz pensar que essa empresa proprietária da Nostromo não tinha certificação nenhuma e nem um técnico de segurança responsável e isso fica claro quando conhecemos a sala de máquinas da nave, que é um amontoado de canos, tubos, fios e grades que vaza vapor e faíscas como se fosse uma metalúrgica de fundo de quinta que não é nem ao menos iluminada, sendo cheia de sobra e penumbra e até infiltração. Não surpreenderia se descobríssemos que a Nostromo é movida a carvão ou lenha.

Ripley e seu permanente
   
   Por último não podemos deixar de falar do visual dos personagens e de novo temos que começar pelas grandes estrelas desse filme: Os mecânicos. Bret e Parker tem o visual futurista mais retrô e brega da galáxia; Parker usa uma faixa na cabeça no melhor estilo movimento negro dos anos setenta, está sempre com uma caneca de café ou lata de cerveja por perto, é indiferente e debochado, muito suado e sempre influenciando o colega Bret. Esse por sua vez é um preguiçoso e omisso, usa um boné de mecânico, cigarro no canto da boca e camisas de havaiano, sempre pedindo para o colega mais articulado falar por ele. O comandante Dallas usa um cabelinho cogumelo e uma barba desenhada, uma jaqueta de couro remangada, uma caneca de café e muita falta de liderança e compromisso com a missão, tanto que ao descer no planeta ele põe toda a tripulação em risco ao não cumprir as regras de quarentena depois que Caine é contaminado pelo Alien, e, para fechar os grandes ícones dos anos 70 e 80, temos o permanente da Ripley, que chega e domina onde quer que seja, penso até que o motivo do Alien persegui-la durante toda trilogia seja por inveja de sua bela e vasta cabeleira.

Ok. Eu sei que o que falei acima é um amontoado de bobagens que beira a blasfêmia se tratando desse grande clássico, mas não consegui deixar passar em branco. O filme é genial, mas fede a anos oitenta, a malandragem e marra dos personagens, os cortes de cabelo, a tecnologia retro, mas o mais louco é que nada disso diminui o filme, pelo contrário, depois que observei isso passei a dar mais valor ainda a obra por seu valor histórico, por ser inovador e clássico sem deixar de ser uma marca de uma época . Prometo escrever uma resenha séria de "Alien, o nono passageiro" em breve, mas a partir de hoje , sempre que me ver rodeado de colegas em uma mesa e tiver uma caneca de café em minha mão, ou em casa quando uma cerveja descansar ao lado do meu PC, vou me sentir como um viajante espacial.



terça-feira, 24 de maio de 2016

A BRUXA (2016)

 Nova Inglaterra, Estados Unidos, século XVII. Diante do conselho de uma vila de colonos, Willian, o chefe da família, justifica sua decisão de partir com os seus para fora dos muros. Questionado pelos lideres da comunidade, ele diz que o lugar que escolheram como lar não tem a pureza que deve refletir a palavra de Deus e por isso deve procurar um lugar longe do pecado. Assim, acompanhado de sua mulher Katerine e de seus filhos, Thomasin uma menina entrando na puberdade, Caleb, o segundo mais velho, o casal de gêmeos Mercy e Jonas, e o bebê Samuel, partem em direção a floresta, procurando um lugar para recomeçarem suas vidas de acordo com seus princípios. Esses são os primeiros minutos de um dos melhores filmes que assisti esse ano, “A bruxa”, filme produzido em parceria EUA/Inglaterra/Canadá, escrito e dirigido por Robert Eggers e que estreou como uma bela surpresa em circuito fechado no ano passado e desde então, vem arrecadando fãs e colecionando criticas positivas por onde foi exibido, até mesmo de grupos satânicos nos Estados Unidos.

A trama do filme é a seguinte. Depois de sair da vila de colonos, a família de Willian encontra uma clareira próxima a uma grande floresta, o tempo passa e os vemos instalados em uma pequena fazenda, onde plantam milho, possuem um cavalo, algumas galinhas, uma cabra e um bode negro que os gêmeos batizaram de Black Phillip. Tudo vai como Deus manda (para não perder a vibe do filme), até que em certo dia o pequeno Samuel some misteriosamente enquanto Thomasin tomava conta dele, abalando a fé da família e jogando os seis membros remanescentes em uma espiral de terror e loucura, que vai da paranoia ao flerte com o sobre natural.

O filme é muito legal. Não entrega nada de cara, mas não faz questão de esconder o que se propõem e, mais importante, não deixa aquele “será?” no final, que por vezes é tão frustrante em filmes que envolvem suspense. Mas até chegarmos ao ápice da história, muita coisa acontece no melhor estilo de conto de terror de primeira, funcionando de forma genial, graças a narrativa adotada e ao ritmo que o filme mantém, dando o tom certo de tensão que prende qualquer um na cadeira. Tudo isso ainda é costurado por uma trilha sonora esquisita e sinistra que por vezes sobe de forma que causa um arrepio na coluna de quem está vidrado na história e atuações hipnotizantes (principalmente das crianças), fruto da boa escolha dos atores e da ótima direção.

Mas o que talvez seja o diferencial para que “A bruxa” seja um filme marcante, são os símbolos utilizados dentro da história e que conversam tanto que questões religiosas, como a ideia dos pecados e mandamentos, como com nossas mais tenras lembranças infantis de forma sutil e terrível. O primeiro grande símbolo que remete a infância é a Bruxa (lógico), ela é presente o tempo todo, embora não sejamos apresentados aos seus motivos ou forma exata e isso nos coloca na mesma posição das crianças que são aterrorizadas por sua presença e o diretor ainda fez questão de anexar à imagem da bruxa, símbolos populares do personagem, como vassoura voadora, caldeirão e a busca pela juventude, que é obtida de um jeito traumático que embora seja apenas referenciado mas não mostrado, causa um amargo na boca, tudo isso sem infantilizar ou arrastar a trama para o trash, pelo contrário, sem esses eventos sobrenaturais o filme passaria fácil por um drama de época (e dos bons!).Outros símbolos que remetem à infância são os que tangem aos contos de fadas. Quando Thomassin e Caleb resolvem partir para a colônia sozinhos, temos João e Maria perdidos na floresta e Caleb acaba pego pela Bruxa, que tal qual o conto “Chapeuzinho vermelho” aparece coberta com uma capa cor de sangue saindo de uma casa entre as árvores, Seguindo essas referências, temos por fim a ideia que o bebê Samuel foi pego por um lobo, fazendo-se menção a esse animal que está presente em quase todos contos infantis.

Thomasin
No tocante a religião, os pecados e os mandamentos são os itens que chamaram a minha atenção no filme. Já na primeira cena somos apresentados a uma demonstração de orgulho por parte de Willian, que despreza o apelo de seus companheiros e parte sozinho rumo ao futuro incerto. Após Samuel desaparecer, o único sentimento que a mãe passa a nutrir por Thomasin é ira, tanto que ela pede ao marido para que a filha seja entregue a outra família e tenta matar a menina mais tarde. Há também a quebra dos mandamentos, onde vemos Willian roubar uma taça de prata, presente do pai da esposa, para trocá-la na cidade por armadilhas de caça e depois aceitar que o filho Caleb minta para a mãe sobre o que estava acontecendo, sem contar que Caleb ainda demonstra através de um olhar e outro, mostrado muito bem pelo diretor, uma espécie de desejo pela irmã.
Somado a isso tudo, ainda temos a presença do Bode negro, símbolo máximo da magia negra e bruxaria. O bode se apresenta nos momentos de caos e confusão, quando parece que nada mais pode dar errado lá está Black Phillip e o que esse bicho apresenta no final vai colocar um sorriso no rosto de todos, logo após te dar um belo susto, com certeza o melhor ator do longa.

O bacana é como o enredo faz todos esses pecados e problemas girarem ao redor de Thomasin. Por ser a pessoa mais questionadora e de visão menos dependente, tudo acaba partindo de suas decisões ou de sua simples presença e no final parece que tudo era um grande plano. É Thomasin que está por perto quando o bebê some, como se a estivessem observando; É ela que está acompanhando Caleb quando o menino se perde e, que é colocada de castigo com os gêmeos quando a bruxa vem pegá-los, ou quando Black Phillip ataca seu pai. Tudo gira em torno da menina, mas é apresentado de forma tão sutil, que embora ela seja a protagonista, acabamos sem compreender se ela é vítima ou algoz da própria família, apesar de sua decisão final.

“A Bruxa” é um filmaço! Tenso e denso, bem dirigido e com atuações dignas de prêmios (O que é aquele moleque Caleb se fazendo de moribundo ou os gêmeos do capiroto??!!), consegue ser sucinto (tem apenas uma hora e meias) sem ser curto. A fotografia é lindíssima e o figurino não deixa nada a desejar para dramas de época e o roteiro e a trama então são de primeira, uma bela dica para um domingo chuvoso de inverno.



 OBS: Não deem ouvidos para o que o bode fala.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

AS CAÇA-FANTASMAS o trailer mais odiado (ou como deixar de ser um babaca preconceituoso)



Dia três de Março desse ano, foi lançado mundialmente o primeiro trailer do filme "Caça-fantasmas", que tem a direção e roteiro de Paul Feig. O filme, reboot do clássico da sessão da tarde, teve uma aceitação negativa desde que o estúdio anunciou que nessa nova versão os protagonistas seriam mulheres e essa onda de rejeição se concretizou no final do mês de abril, quando foi divulgado que o trailer do filme ,que estreia dia quinze de Julho , conquistou o amargo título de trailer mais odiado do Youtube, com mais de quinhentas mil negativações.

Não vou mentir. Quando anunciaram que no lugar dos personagens clássicos o filme teria um grupo de mulheres como protagonistas, eu torci o nariz. Esperei muito tempo para uma continuação dos dois filmes dos Caça-fantasmas que marcaram a minha infância e a decisão de fazer um reboot com outros personagens me desagradou porque colocaria uma pedra sobre a possibilidade dos antigos personagens retornarem. Também não posso ser sínico em dizer que não me senti contrariado pelo fato de serem mulheres nos papéis principais e logo procurei argumentos dando exemplos de filmes ruins com protagonistas femininos, como "Elektra" (filme de 2005) e " À prova de morte" (2007, o filme que menos gosto do Tarantino) para justificar o que até aquele momento eu não identificava como puro preconceito.

Mas depois de um certo tempo pensando sobre o assunto eu percebi como eu estava sendo babaca. Na ânsia de encontrar no cinema um filme que me fizesse ter uma experiência semelhante a que tive ao assistir os anteriores mais de vinte anos atrás, ignorei duas questões de extrema importância nos dias de hoje: a empatia e a representatividade.

Era o máximo da representatividade dos anos 80
     Sobre empatia, comecei a me imaginar qual seria a reação das mulheres de hoje se o filme tivesse a mesma pegada dos filmes originais dos anos oitenta. Nos dois filmes anteriores, temos apenas duas personagens femininas relevantes, a primeira (interpretada por Sigourney Weaver) é o interesse romântico do Dr Peter Venkman (Bill Murray) e praticamente é a mocinha em perigo que serve para dar rumo a trama, embora seja independente e uma musicista profissional, ela transmite uma certa insegurança e trabalha com sua sensualidade na maior parte do filme (após ser possuída) sendo sua presença voltada exclusivamente para ser um objeto à ser alcançado pelo personagem masculino e isso fica claro no segundo filme, quando a personagem explica que terminou o relacionamento com o Dr Venkman após este começar a apresenta-la nas festas como sua "escrava sexual". A outra personagem feminina era a telefonista Janine, que aparecia com todo esteriótipo possível da secretária, lixando as unhas, chateada com o emprego e ainda dando em cima do patrão Egon Spengler (Harold Ramis). Me coloquei no lugar das mulheres ao assistir um filme desses sem a desculpa do Zeitgeist da época e me senti incomodado, percebi então que só poderia haver uma maneira de uma franquia que teve essas marcas (discretas mas reais) funcionar nos dias de hoje e que seria focando na diversidade e representatividade.

     A representatividade é uma questão importante com a qual tive o primeiro contato justamente nos filmes dos Caça-fantasmas. Eu, uma criança negra dos anos oitenta, não era acostumado a ver negros em papeis de protagonismo em nada que fosse positivo na TV ou cinema e, foi assistindo o filme original da franquia, que me deparei com o personagem Winston, um negro que chega para pedir emprego nos caça-fantasmas e se torna parte do grupo; a entrada dele no grupo é meio idiota, mas tenho de dizer que quando vi um homem negro que não era figurante e sim parte dos heróis em um filme tão legal como aquele, me senti mais conectado ainda a história. Então, como eu poderia odiar um filme, que traria uma experiência parecida para milhões de pessoas, mesmo que eu não esteja incluído nesse grupo?

Quem você vai chamar?
Penso que as pessoas que negativaram o filme tem muito medo, pois foram acostumadas a ser hiper representadas e a possibilidade mínima de apresentar outro tipo de pessoa e visão de mundo que não se assemelhe a delas faz com que imaginem que serão colocadas de lado, o que é um absurdo. É só pegar os grandes produções para vermos que em sua grande maioria, os protagonistas são homens brancos, sem problemas financeiros, de idade entre trinta e cinquenta anos e onde a mulher é apenas o motivo para que a trama ande (como em caça fantasmas 1 de 1984) e o negro é apenas o amigo fiel (gay então nem pensar em um filme desses). Mas os tempos estão mudando e não existe mais motivo ( e nunca houve) para prender a pessoa que é diferente à um exteriótipo ou papel secundário, por isso acredito de verdade que o filme DAS Caça-Fantasmas possa ser um divisor de águas na história do cinema, mesmo que seja ruim (mas espero que seja ótimo) porque se somará à "Star Wars VII" e "Mad Max: estrada da fúria" trazendo luz novamente o fato de que qualquer pessoa, seja homem branco ou negro, mulher hétero ou homossexual, de participar de algo colocando o fato de ser um ser humano, à frete de ser um clichê do cinema e antes de tudo apresentando a diversidade as novas gerações.


Por tudo isso deixo aqui a minha promessa de assistir AS Caça-fantasmas no cinema e ser um dos primeiros a escrever sobre ele não poupando elogios caso o filme seja bom ou criticas caso não seja, focando na história, direção, roteiro e atuações e não no preconceito e medo que infelizmente é inerente a nossa sociedade.
Me despeço pedindo a todos mais tolerância e empatia. Lembrem que são as nossas diferenças que fazem que nos completemos com os outros e não nossas igualdades que são apenas ecos , muitas vezes, sem graça de nós mesmos.

Não é errado ser babaca as vezes, errado é não querer mudar.





terça-feira, 10 de maio de 2016

ARQUIVO - X : 6 episódios para se ver e rever

As séries se tornaram uma mania mundial. Novas temporadas de "Game of Thrones", "Demolidor" e "Black Mirror" são mais aguardadas do que a estréia de grandes títulos no cinema. Grande parte disso se deve ao fato de a série conseguir aprofundar muito mais os personagens e criar um vínculo maior e duradouro entre o expectador o universo apresentado, chegando por vezes ao fanatismo.
No Brasil, a série que inaugurou essa mania, arrebanhando fãs em todo lugar em que foi apresentada, foi "Arquivo-X". Criada por Chris Carter e estrelada por David Duchovny e Gillian Anderson, a série teve nove temporadas (1993-2002), somando 208 episódios e contava a história dos agentes do FBI Fox Mulder (Duchovny) e Dana Scully (Anderson), responsáveis por investigar mistérios aparentemente não solucionáveis que iam de abduções alienígenas a monstros que se escondiam na sociedade, passando por casas mal assombradas e problemas no espaço tempo, tudo isso ainda bem costurado por uma trama de conspiração governamental, doses exatas de humor e abrilhantado pelo carisma dos protagonistas.
Tive sorte de assistir grande parte de "Arquivo X" quando passava em horário nobre na TV Record (antes das novelas bíblicas tomarem o horário) e quando a Fox anunciou a 10° temporada quinze anos depois que o último episódio foi ao ar, corri para reassistir alguns dos episódios que não precisam da mitologia da série para ser entendidos (quase como curtas), entre os que assisti escolhi seis que me prenderam no sofá e que não ficaram datados mesmo depois de mais de quinze anos.

6 – HOME (T:4 x ep:02)

só gatinho
Nesse episódio, um corpo deformado de bebê é encontrado enterrado em um campo de baseball em uma pequena cidade do interior do sul dos EUA. Mulder e Scully são chamados pelas autoridades locais para investigar e acabam se deparando com a misteriosa família Peacok, isolados em suas terras, sem energia elétrica ou água encanada, os três irmãos Peacoks e sua mãe, todos deformados, agem como animais , inclusive praticando incesto e agindo com a violência mais selvagem possível para resolver seus problemas.
Episódio tão sinistro quanto o discurso da mãe Peacok, que amputada e mantida escondida em baixo da cama e servindo apenas para parir os filhos de seus filhos, diz que o mais importante para um Peacok é a família.

5-SMALL POTATOES (T:4 x ep:20)

Quando várias crianças, filhas de pacientes de uma clinica de inceminação artificial, nascem com um rabo; Mulder e Scully partem para saber o que pode estar acontecendo e descobrem que o faxineiro dessa clinica tem a estranha capacidade de se transformar em qualquer pessoa e vem usando isso para ter relações com mulheres.
O episódio é muito engraçado, principalmente quando o vilão (que nem é tão vilão assim) toma a forma de Mulder e começa a dar em cima de sua parceira, quane conseguindo concretizar seu objetivo.


4-FAMINTO (T:7 x ep:03)

Rob Roberts parece um rapaz normal que trabalha em uma lanchonete, gente boa com os colegas, educado no tratamento com estranhos, mas o que ninguém sabe é que Rob na verdade é um monstro predador viciado em comida e o pior é que a comida preferida dele são cérebros humanos.
Rob seu morto de fome
Esse é meu vilão preferido, porque o autor conseguiu dar humanidade e motivos para o monstro. Rob não é mau por inteiro, segue apenas sua natureza, tanto que no final sua consciência fala mais auto, mesmo agindo contra si próprio.
Ver o personagem sonhando com cérebros fritos, tomando pílulas contra o apetite e falando no grupo de comedores anônimos é a parte mais bacana. Episódio que se segura como um curta fácil fácil.

3- TRÊS DESEJOS (T:7 x ep:21)

Outro episódio com uma levada cômica. Nesse um faxineiro encontra uma gênia enrolada em um tapete e causa a maior confusão ao começar a usar seus três desejos que tem direito.
Gosto bastante desse episódio pelo humor e conceitos apresentados. O humor fica por conta do resultado dos desejos que são realizados, como quando o faxineiro pede um iate e a genia o coloca no pátio de trailer onde ele mora, ou quando ela pergunta se pode dar uma dica e aponta para as pernas do irmão paraplégico do faxineiro e nada lhes ocorre, ou ainda quando Mulder tem a chance de realizar três desejos e pede paz na terra e em passe de mágica a humanidade some.
O final do episódio é bem bacana, com a Mulder usando seu último desejo para libertar a genia de sua maldição, terminando com uma mensagem de que tudo que é desejado e vem fácil, talvez seja uma maldição.

2- SEGUNDA-FEIRA (T:6 x ep:14)

Mulder vai até o banco depositar o pagamento de seu aluguel, após seu colchão d'água ter furado queimado seu celular e despertador e alagado a casa. O banco está sendo assaltado e o ladrão, ao saber que não tem chance de escapar detona explosivos presos em seu corpo destruindo o banco e matando todos que estão lá dentro, incluindo Mulder e Scully que vai atrás do parceiro, então Mulder acorda novamente em seu colchão furado sem lembrar de nada e vemos tudo acontecer novamente, ao melhor estilo de "O feitiço do tempo" com Bill Murray, apenas a namorada do assaltante se lembra da repetição e após notar que Mulder é a unica pessoa que depois de vários dias iguais tomou uma atitude diferente descobre que ele pode ser a chave e busca sua ajuda para tentar parar as repetições.

1-MEDO (T:7 x ep:12)

x-cops
O episódio "Medo" (x-cops no original) é um episódio onde Mulder e Scully investigam uma entidade que toma a forma do maior medo de quem ela persegue. Então vemos uma senhora sendo atacada pelo Fred Kruger, outro cara por um lobisomem e uma prostituta por seu cafetão (que havia sido encontrado morto minutos antes). A maldita entidade é tão esperta que vive no bairro mais violento da cidade e por isso não pode ser identificada.
O legal desse episódio, além do conceito do monstro, é a forma como foi realizado. Decidiram gravar o episódio como se fosse um capítulo da série "COPs" e utilizam iluminação irregular e câmeras de mão, além de a abertura utilizar o tema de "cops" (música "Bad boys") na entrada do capitulo. Muito bom!

Arquivo X, foi um divisor de águas no que se refere as séries de TV e revisita-la foi muito bacana. Divertida, engraçada, inteligente e cheia de mistérios, a série continua vencendo o tempo e conquistando fãs, principalmente depois que a décima temporada foi lançada pela FOX esse ano. Se você não assistiu procure e torne-se também um fã como eu e nunca se esqueça que , embora o governo negue ter conhecimento, A VERDADE ESTÁ LÁ FORA.





terça-feira, 3 de maio de 2016

CAPITÃO AMÉRICA: Guerra civil (2016)

Em 2011, os estúdios Marvel traziam aos cinemas “Capitão América: O primeiro vingador”, filme sessão da tarde, feito muito mais para apresentar outro dos personagens centrais da editora no cinema antes de sua grande cartada, que foi “Vingadores”, do que para satisfazer o desejo dos fãs. Isso se deve ao fato de que o Capitão América nunca ter sido o personagem mais querido da Marvel e muitas pessoas até o consideravam ultrapassado e brega, mas isso começou a mudar depois do sucesso da sequência de seu filme solo, “Capitão América: O soldado invernal”, de 2014, que chegou com um tom mais sério e produção de qualidade, consolidando o personagem não só como um líder dentro do universo Marvel, mas também como ícone e símbolo do que é o certo a se fazer. Esse aprofundamento e crescimento do personagem favoreceu o conflito de personalidade e interesses com a principal e mais marcante figura da editora no cinema, o Homem de ferro, que se anunciou no primeiro filme dos vingadores, se intensificou no segundo e chega às vias de fato em 2016, com o ótimo e divertidíssimo “Capitão América: Guerra civil”, que estreou dia 28/04 nesse Brasilzão em crise de meu Deus e que tive o prazer de assistir em um domingo gelado no sul do país.

O filme segue os acontecimentos de “Vingadores: A era de Ultron”, onde, no final, uma parte dos vingadores originais se afastou e um novo time de heróis, liderados pelo Capitão América, foi montado para seguir operando. E é em uma missão desse novo time, para capturar o vilão Ossos Cruzados, que o grupo acaba causando um acidente que dá movimento a trama. Wanda Maxmoff, a feiticeira escarlate, para salvar o capitão de um ataque suicida do vilão acaba atingindo um prédio, matando uma dezena de pessoas e ferindo outra centena e, esse evento faz com que as autoridades busquem alternativas para colocar limites nas atuações dos Vingadores ao redor do mundo e assim surge o acordo de sokovia (batizado assim em referência a cidade destruída por Ultron no segundo filme dos vingadores), onde os artigos mais relevantes se referem ao monitoramento dos super-seres e sua liberdade de atuação; sendo essa última, permitida ou não apenas após a aprovação de uma junta da ONU.
O acordo de Sokovia surge como a primeira fissão entre as lideranças do grupo de heróis, que aparece como divergência ideológica e vai jogando os personagens para polos distintos que melhor representam suas personalidades e pontos de vista. Isso é muito bem-apresentado pelo roteiro explorando a culpa que rodeia Tony Stark (O homem de ferro) que, ao ser confrontado por uma mãe que perdeu o filho na cidade de Sokovia, abraça o acordo como única alternativa capaz de amenizar os desastres que são consequências das atuações dos super-seres, assim como coloca em contraponto o ideal de liberdade de atuação defendido pelo Capitão América, que enxerga a submissão dos Vingadores a um grupo de políticos ainda mais perigoso do que atitudes oriundas das escolhas dos próprios indivíduos envolvidos.

No meio desse arco, no dia em que o acordo deve ser assinado, a cede das nações unidas em Viena sofre um atentado vitimando o rei de Wakanda, onde câmeras acabam por registrar a presença do soldado invernal e colocando mais lenha no conflito anunciado, dando a deixa para o surgimento de mais um personagem icônico na editora, o Pantera Negra, que surge de forma fantástica caçando o pretenso assassino de seu pai. A partir desse ponto, o filme passa a ser um filme de perseguição, onde o Capitão parte na busca de seu amigo desaparecido e acusado de terrorismo na esperança de protegê-lo e o levar em segurança para esclarecimento, enquanto o Pantera Negra o procura para vingar a morte do pai. Achei essa parte do filme bem bacana, apresentando o novo herói como um personagem obstinado e implacável, o uniforme do Pantera está muito fiel aos quadrinhos e seu estilo de luta (mesmo sem o uniforme e acessórios) empolga bastante, o cara é imponente e de todos que estavam presentes na tela é o que mais mereceu o meu respeito durante as quase duas horas e meia de filme.

O Soldado Invernal é capturado depois da citada sequência de perseguição e levado às instalações de segurança das nações unidas. É lá que o vilão que aparece aos poucos em cenas que se intercalam com as dos conflitos internos do grupo de heróis se mostra pela primeira vez aos mesmos. Infiltrado como o psicólogo que faria a avaliação de Bucky Barnes (o soldado Invernal) ele utiliza uma sequência de palavras que servem para forçar o amigo do capitão voltar ao estado de obediência dos tempos de assassino da Hidra, pede o relatório da missão de 16/12/1991 e solta o detento na instalação mais programado para matar que o Schwarzenegger. Depois de várias confusões e de uma atuação ninja do Pantera Negra sem uniforme, o soldado invernal é capturado pelo Capitão América e pelo Falcão e, quando questionado sobre o que o misterioso vilão queria, informa que não é o único soldado invernal, revelando que em uma instalação na Sibéria outros sete assassinos de elite se encontram em hibernação aguardado o comando para voltar à ativa; a partir desse momento tornasse prioridade do Capitão e seus aliados, deter as supostas intenções do inimigo que se apresentou, enquanto que para o homem de ferro e a junta de segurança da ONU, a recaptura do soldado invernal passa a ser caso de segurança pública e cumprimento da lei.

Depois do atentado em Viena e na junta da ONU, vemos os conflitos se intensificarem, com o Capitão América recrutando novos e velhos conhecidos para o seu grupo e o Homem de ferro para o seu. Dentre esses recrutados dois se destacam mais que os outros, o Homem-Formiga para o lado do Capitão e o Homem-Aranha para o lado do Homem de Ferro. O Homem-Formiga conquista qualquer um pelo apelo cômico e pela surpresa que apresenta na cena do embate do aeroporto, suas piadas são ágeis e os diretores voltam a utilizar truques de câmera presentes no filme solo do personagem para mostrar as diferentes perspectivas do herói, sem contar com sua total falta de noção, começando com o momento onde ele é apresentado ao Capitão América. Já o Homem-Aranha aparece sem muito mistério, sendo descoberto por Tony Stark e colocando um sorriso no rosto do espectador quando escuta a tia May (linda por sinal) chamando seu nome e mostrando seu tom de humor já no primeiro diálogo sobre uma possível bolsa nas indústrias Stark, isso tudo sem deixar de dar um ar de drama e maturidade ao falar de como uma pessoa que pode fazer algo especial, pode perder alguém com quem se importa ao deixar de tomar uma atitude.

Depois do recrutamento surge o auge do filme. Quando os aliados do Capitão se organizam para partir para a Sibéria prevendo o perigo e são interceptados pelo grupo comandado pelo Homem de ferro, é quando somos presenteados por uma sequência épica de batalha envolvendo todos os Heróis. Nessa sequência é impossível não se empolgar com o estilo de luta e obstinação do Pantera Negra, ou com as tomadas de perseguição aérea do Máquina de Guerra e Homem de ferro com o Falcão, mas como já disse, é o Homem-Aranha e o Homem-formiga que roubam a cena nesse momento.
Homem-Aranha. O destaque dos destaques
O Homem-Aranha é fantástico desde o momento que surge de uniforme e pega o escudo do capitão, sua perseguição ao falcão e ao Soldado invernal é muito divertida propiciando pelo menos três cenas marcantes; a primeira quando o soldado invernal tenta dar um soco no personagem e ele agarra o braço biônico do super soldado, outra quando ele é pego pelo Falcão e começa a gritar “Você tem o direito de ficar calado” e o final da sequência, quando ele é capturado pelo drone do falcão e sai voando pela janela (de chorar de rir), sem falar na luta dele contra o capitão onde ele fala a maior verdade que alguém poderia falar ao herói: “Moço esse seu escudo não obedece as leis da física”.

O Homem-formiga é fantástico também em três cenas. A primeira é quando usa a flecha do gavião arqueiro como veículo para chegar até o Homem de ferro causar danos em sua armadura por dentro, a segunda é quando joga um caminhão em miniatura na direção do Máquina de guerra e pede para o capitão arremessar um dos discos de crescimento que ele usa como arma no caminhão, a miniatura cresce e atinge o adversário causando uma grande explosão, ao que o Homem-Formiga comenta estarrecido: “eu pensava que era um caminhão pipa!” e a terceira cena marcante é quando ele se torna gigante para favorecer a fuga do capitão, é muito bacana com ele gigantesco arremessando pedaço de aviões e chutando veículos para todos os lados, sendo derrotado apenas após a ideia do Homem-aranha de imitar o que os X-Wings fizeram contra os veículos andarilhos em “O império contra-ataca” e derrubando o gigante.
A sequência do Aeroporto termina em um tom amargo, quando visão agindo de forma distraída, acerta o Máquina de Guerra durante o voo quase matando o vingador que fazia parte de seu grupo. Com o final do embate e a fuga do Capitão e do Soldado invernal para Sibéria, o grupo que os apoiava (Falcão, Homem-formiga, Gavião Arqueiro e Feiticeira Escarlate) são detidos e mandados para uma prisão especial no meio do oceano, a Viúva Negra, que deixou a dupla de foragidos escaparem parte para a clandestinidade e o Homem de ferro passa a investigar mais afundo o atentado de Viena, descobrindo que o psicólogo mandado para avaliar Bucky havia sido morto e identificando que quem se passou por ele era um ex agente especial de Sokovia chamado Zemo, então, ciente de seu erro, ele pede informações para o aprisionado falcão e parte para Sibéria atrás de seus ex-aliados, sendo seguido à distância pelo Pantera Negra.

Pantera Negra. O cara
Na Sibéria, o Homem de ferro se junta ao Soldado invernal e ao Capitão, acreditando que o plano de Zemo é ativar os outros soldados invernais para seu beneficio próprio, no entanto quando chegam no local onde estes hibernam, todos estão mortos e vemos Zemo protegido em um buncker de onde começa a mostrar um vídeo de câmera de segurança onde é mostrado o assassinato dos pais de Tony Stark pelas mãos do Soldado invernal ( a tal missão de 16/12/91), daí em diante a porrada come solta entre a dupla de amigos e o ferroso. Enquanto isso o Pantera observa com paciência e percebe que perseguiu o homem errado, partindo ao encontro do verdadeiro assassino de seu pai e o encontrando ouvindo antigas mensagens de áudio onde sua mulher falava da ansiedade de seu filho pelo seu retorno. Acontece que tanto sua mulher, como seu filho e pai, morreram em Sokovia no final dos acontecimentos do segundo filme dos vingadores e para se vingar (ops) ele, que sabia não poder lutar de maneira franca contra os maiores heróis da terra, resolveu destruí-los de dentro para fora arquitetando um plano onde os vingadores lutassem entre eles. Após a confissão, Zemo tenta o suicídio, mas é impedido pelo Pantera Negra e levado para a junta de segurança da ONU. Enquanto isso Bucky e o Capitão se veem em combate contra um enlouquecido Homem de ferro, que recusa todos os apelos e tenta matar Bucky de todas as formar, sendo impedido apenas após o capitão destruir sua armadura, não sem antes do feioso destruir o braço biônico do Bucky “soldado Invernal” Barnes; A cena termina com o capitão levando seu amigo carregado enquanto larga o escudo para trás ao escutar de Stark que ele não era digno deste.

Qual o seu lado?
Depois de todo ocorrido e problemas resolvidos, o filme mostra a recuperação do Máquina de combate, que passa a precisar de um aparato mecânico para poder caminhar e a solidão do Visão após a evasão e clandestinidade dos vingadores e a entrega de um telefone e uma carta para Tony remetida pelo capitão e explicando que sempre estará a disposição e o filme termina com o capitão resgatando seus amigos da prisão.

Achei o filme fantástico! Diversão garantida com a dose de humor, ação e drama sob medida ao que os filmes da Marvel se propõem. Os efeitos especiais são fantásticos e as cenas de luta e perseguição de tirar o fôlego.
Achei que os irmãos Russo conseguiram fazer um trabalho tão bom quanto o feito no segundo filme do Capitão, explorando na proporção exata os personagens presentes na trama, mas sem tirar o foco dos passos do personagem que o filme leva o nome. Foi um ótimo ensaio para os dois próximos filmes dos vingadores que os irmãos dirigirão e uma bela introdução de personagens que estrelarão filmes solos pela Marvel, como o Pantera Negra e o Homem-Aranha.
O roteiro é muito bem escrito e vai em uma crescente que faz com que não se sinta que se passou quase duas horas e meia. As motivações são muito bem apresentadas e os personagens desenvolvidos, não fizeram muita questão de fazer revelações finais e isso deu mais fluidez ao filme.
Gosto de pensar que o grande vilão da trama é a situação, pois pensando assim, o filme parece ainda melhor do que é, mas se pensarmos que o grande conspirador que gerou a situação é o “Barão Zemo”, que no filme é um espião sedento de vingança e que consegue todas as informações e acessos de forma tão simples, a trama perde um pouco, pelo vilão ser totalmente esquecível e ficar à sombra do combate de liderança e força entre o Homem de Ferro e o Capitão América.
Mas mesmo um vilão fraco não é suficiente para tirar a qualidade de “Capitão América: Guerra Civil” e posso dizer que ele entrou para meu top five de filmes de Super-Heróis (onde já se encontra o segundo filme do Herói). Um filmaço que valeu cada centavo suado do ingresso e que me deu confiança em dizer que na Marvel eu confio. Agora é só esperar filmes do Pantera, Aranha e ainda esse ano Dr.Estranho, aguardando que em 2018 a guerra infinita comece.

Que venha o Thanos!!