sexta-feira, 22 de setembro de 2017

TURBO KID (2015)




     Todo ano nessa época é igual, um clico parece se fechar e tudo que pode dar errado na minha vida, realmente dá. Tanto que, intimamente, eu costumo chamar Setembro de “o mês do Apocalipse”. No entanto, esse ano decidir não me abalar muito e celebrar o mês de tumultuo com uma temporada de filmes que tem tudo a ver com ele, ou seja, destruição, caos, estranheza e ...apocalipse.

    E para dar uma melhorada na energia, hoje vou falar sobre um filme que oscila entre a comédia e o Gore de maneira despretensiosa e que descobri muito sem querer no catálogo daquele serviço de streaming famoso, que adora estragar adaptações de mangás e do defensor de Kunlun, trata-se de “TURBO KID”, filme canadense de 2015, escrito e dirigido por Anouk Whissel, François Simard e Yoann-Karl Whissel; e, estrelado por Munro Chambers e Laurence Leboeuf , todas pessoa que nunca havia ouvido falar antes e que duvido que ouvirei novamente.

   
O Filme conta a história de um garoto (Chambers) que vive sozinho em um mundo pós-apocalíptico. Ele é fã de quadrinhos, em especial de um personagem chamado “Turbo Rider” e sobrevive catando e revendendo quinquilharias no mercado que se organizou após o fim da sociedade. No retorno de uma dessas vendas, que ele conhece Apple (Laurence Leboeuf), uma estranha e animada garota, com quem vai nutrir algo mais que uma amizade. Mas em mundo onde a sobrevivência fala mais alto, a força é a única lei, então, em uma incursão pelo “lixão” (como denominam o que restou da cidade), Apple é capturada e levada até Zeus  (Michael Ironside) o chefe da gangue que domina o lugar; Porém, O Garoto vai descobrir que as histórias em quadrinhos que lia eram uma homenagem a um herói real, que morreu lutando contra a causa do apocalipse que os atingiu e, munido da maior arma de seu herói, o garoto se tornará Turbo Kid e partirá para resgatar Aplle e derrotar o Infame Zeus.

        Não se assuste se a sinopse do filme parece brega, realmente era para ser assim. “Turbo Kid” é uma homenagem despretensiosa ao cinema de baixo orçamento dos anos oitenta, sendo um dos primeiros a seguir a moda ditada pelos "Guardiões da Galáxia" (2014) de James Gunn, porém se assemelhando mais com os filmes anteriores do diretor, como "Super" e "Projeto Belko" devido a sua mistura de humor e ação visceral, do que com o milionário Blockbuster da Marvel studios. 



     Já no inicio do filme, quando somos apresentados ao universo da trama, temos um pequena mostra do que está por vir, quando depois de ouvirmos um narrador contar um pouco do que houve com a sociedade, recebemos o mórbido aviso “Bem vindos ao futuro, bem vindos a 1997”, como se filme fosse realmente uma produção oitentista. Logo após isso conhecemos o protagonista e visualizamos sua rotina de catador, que após encontrar algo que possa trocar por água e comida, segue seu caminho em um vídeo clipe super para cima, típico dos filmes da sessão da tarde, com o garoto voltando para casa em sua bicicleta cross e ouvindo rock carregado de sintetizadores e teclados em suas fitas cassetes enquanto desvia das cabeças de pessoas desavisadas cravadas em estacas pelo caminho.

     
Vilões e Heróis de Bike
Mas não pára por aí, além da influência musical e visual dos anos oitenta, o filme também traz diversas referências, como a temática frequente de mundo sem água, como no clássico trash "Crepúsculo de Aço" (1987) estrelado por Patrick Swayze e falta de combustível, tal qual "Mad Max". Sobre a falta de combustível, o roteiro toma uma decisão totalmente crível, que é , na falta de motores a explosão, todos andam de bicicleta; o que faz sentido e ao mesmo tempo dá um ar cômico a trama, com todo mundo pedalando pra lá e para cá. Já no tocante a falta de água, a história toma contornos mais mórbidos, apresentando uma máquina que transforma pessoas em água pura, que é o que Zeus o vilão está fazendo e para tal
capturou Apple, assim como Frederic, o chefe da Gang Rival, que se tornará um futuro aliado de Turbo Kid.


      Mas não é só isso ( o Gerente enlouqueceu) mais tarde descobrimos que o que levou a destruição da sociedade é mais um clichê dos tempos dos permanentes e roupas multi coloridas, que são ... os robôs! Sim, meus amigos, quem destruiu o mundo como conhecemos, foram os seres mecânicos  revoltados, em uma homenagem nada discreta ao "Exterminador do futuro", com a vantagem de que nesse mundo alguns robôs ficaram de boa com as pessoas e até se apaixonam por elas (ops!)

     
Melhor Arlequina
No entanto, sem só de referência vive esse filme, ele também influenciou outra trama, ainda mais trash que ele mesmo. Sim senhores, Turbo Kid também é cultura e com a personagem da Apple, deu base a outra personagem também empolgada e insana, mas que diferente da original canadense,
alcançou muito mais sucesso (embora seu filme seja muito pior), trata-se da Arlequina de "Esquadrão suicida", que até hoje brilha nos coraçõezinhos dos DCnautas, sem que muitos desses saibam que um anos antes, em um filme com um décimo do orçamento, uma atriz desempenhava exatamente o mesmo papel E O MUNDO PRECISA SABER DISSO!!!


      Além de tudo, o filme tem uma sequência final de combate que mistura comédia pastelão, violência em excesso e sangue sem fim, que me fizeram aplaudir de pé sem saber exatamente por qual das razões.

        
      Pois então, "Turbo kid" está lá, flutuando tranquilamente entre outros diversos títulos naquele bendito serviço de streaming; discreto e impassível, mas certeza de diversão garantida. Um filme que mostra que não é preciso gastar malas e mais malas de dinheiro em um filme para que ele seja divertido e nem atola-lo em efeitos especiais para chamar a atenção, basta uma boa ideia e alguns atores desconhecidos para aceitar o trabalho. Um filme que caminha entre o cômico e o Gore, mas abraça com força os clichês da década de 1980 sobre o apocalipse e que me arrancou muitas risadas nesse meu mês tão sombrio.




2 comentários:

  1. Cara!! Eu adoro filme assim, meio trash... peguei tua dica e corri para assistir... muito engraçado hahahaha ... mas o final é meio triste (spoiler)

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